top of page
  • Foto do escritorGabriela Guedes

A maternidade atípica preta chegou!!!



Eu sei que pouquíssimas pessoas devem conhecer esse termo "Mãe Atípica" ainda hoje.

Mas esta é a forma de nomear a mãe de uma pessoa com deficiência, com doenças raras ou algum transtorno, ainda que não seja de consenso dentro da própria comunidade (muitas mães preferem não usar o termo), e tudo bem.


Fato é que essa mãe abraça todos os desafios pelo bem do filho, para sua qualidade de vida e para garantir seu tratamento e seu bem- estar. Ela se torna essa pessoa a partir de um diagnóstico e muitas vezes a única responsável por cuidar e protegê-lo. Muitas mulheres cujas crianças apresentam ou são diagnosticadas com alguma deficiência, são abandonadas por seus maridos e parceiros.


A partir deste ponto, podemos concluir o desafio que é pertencer a este grupo de mães que precisam estar sempre correndo para garantir e assegurar os direitos , além de levar às terapias, de garantir sua medicação e sua infância e inserção na sociedade. Contudo, apresenta-se aí um outro olhar sobre essa mesma maternidade até então esquecida: A Mãe Atípica Preta.


Esta é a mãe atípica que tem as mesmas lutas cotidianas mas ainda sofre com outros atravessamentos, como o social, racial e econômico. Além dela mesma carregar estas camadas de opressões em sua própria identidade, ela ainda sente por extensão a violência, a opressão e a indiferença em relação ao seu filho com deficiência.

Possivelmente está no aguardo para consulta, para diagnósticos e para tratamentos no serviço público, e além de não dispor de condições para se manter no mercado de trabalho formal e então precisa buscar benefícios sociais para dar o mínimo de qualidade ao filho ou mesmo remédio e alimentação.


Podemos apontar ainda uma maternidade cuja a preocupação também perpassa pela questão do racismo estrutural, do preconceito e da violência. No entanto, também é uma maternidade cheia de encantos, de estudos infinitos e de muita ancestralidade, empoderamento e compreensão da diversidade e das limitações humana.


Essa é a minha maternidade e será dela que falarei daqui pra frente. Do lado bom e difícil desta jornada, do nosso cotidiano, das nossas descobertas e dos desafios que ela me traz quanto mãe e quanto mulher todos os dias, de alguém que busca construir um relacionamento verdadeiro, cúmplice e encorajador com seu menino todos os dias.


Então vamos juntas nessa caminhada...



bottom of page